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terça-feira, 26 de dezembro de 2017
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
Relato de uma experiência pedagógica numa escola do campo do município de Valença BA
Relato de uma experiência pedagógica numa
escola do campo do município de Valença BA
Jonas da Silva Santos¹ ;
Juvenicio Jesus dos
Santos²;
Rosemary Rufina S. Perin³
Introdução
O presente trabalho é fruto de um projeto
desenvolvido na disciplina Pesquisa e práticas pedagógicas III do curso de
graduação em Pedagogia Licenciatura e Docência em Processos Educativos da
Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Campus XV, em parceria com a escola do
campo Escola Municipal João Rocha da
Silva.
A elaboração deste projeto de
pesquisa surge a partir da disciplina pesquisas e praticas pedagógicas III e
pesquisar sobre essa temática se justifica pelo fato de nos identificarmos
muito com a temática.
Nessa pesquisa tivemos como
objetivo compreender se a educação ambiental está inclusa no currículo dessa
escola e especificamente verificamos se há um processo de formação inicial e
continuada do professor para trabalhar a educação ambiental e por fim,
analisamos se há um processo interdisciplinar ligado à educação ambiental.
MATERIAIS E MÉTODOS
O componente curricular
pesquisas e práticas pedagógicas III possui carga horária de 60 h, sendo que a
carga horária integral da disciplina foi destinada a elaboração e realização da
pesquisa. No decorrer da disciplina fizemos discursões, levantamento de
hipóteses para então definir o que pesquisar. Nessa dinâmica escolhemos
pesquisar sobre reflexões sobre a educação ambiental no município de
Valença: formação de professores da Escola Municipal João Rocha da Silva
Essa unidade escolar está
localizada no tabuleiro do Orobó, zona rural do município de Valença Bahia,
atende um público de crianças e adolescentes do 1º ao 5º ano, com classe
multisseriada com faixa etária de 06 a 15 anos.
A nossa metodologia está
pautada na pesquisa-ação, que se caracteriza através interação pesquisador e
pesquisado.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Inicialmente fizemos o levantamento
de algumas hipóteses, o professor que atuam nessa escola possui formação
inicial e continuada para trabalhar a educação ambiental? O currículo escolar
desta instituição comtempla a educação ambiental.
Como está assegurado na lei nº
9.795 que discorre sobre a educação ambiental, bem como a inserção desta como
disciplina?
Questionamos a alguns
professores e constatamos que os docentes trabalhavam a educação ambiental não
no seu sentido amplo, e sim noções básicas.
Com relação à segunda pergunta
alguns professores nos relatou que o currículo propõe uma educação ambiental
como está proposto no Art. 2o “A educação ambiental é um
componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente,
de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo,
mas há certo distanciamento entre teoria e prática, pois, os professores não se
sentem aptos para tratar especificamente sobre o assunto.
CONCLUSÃO
É importante ressaltar que o
componente curricular: pesquisas e práticas pedagógicas é um momento ímpar no
processo de formação do Pedagogo, pois o mesmo possibilita que o estudante
realize atividades que envolva os elementos como a própria disciplina reza a
pesquisa. Realizar essa pesquisa foi de suma importância para a nossa formação,
pois tivemos a oportunidade de conferir de perto a realidade da escola do nosso
município, bem como verificar se os profissionais possuem capacitação para
trabalhar com a educação ambiental.
REFERÊNCIAS
[1] BERNA, Vilmar Sidnei
Demamam. Como fazer educação ambiental.
São Paulo: Paulus, 2001. 142 p.
[2] JACOBI, Pedro Roberto. Educação Ambiental,
cidadania e sustentabilidade. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cp/n118/16834.pdf>.
Acesso em: 25 Nov. 2011.
[3] MINAYO, Maria C.S. (org.). Ciência, Técnica
e a Arte: O Desafio da Pesquisa Social. In: ___. PESQUISA SOCIAL,
Teoria, Método e Criatividade. Petrópolis, Vozes. 14 Ed. 1996. Cap 1.
[4] LEI
No
9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em: 13 Dez. 2011.
1 Estudante
do curso de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia, campus Valença.
E-mail: jnhsilva@hotmail.com
2 Estudante
do curso de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia, campus Valença.
E-mail: juveniciosantos@gmail.com
3 Professora/Orientadora
Universidade do Estado da Bahia, campus
Valença. Mestrado em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado
da Bahia (2007). Atua como professora auxiliar no Departamento de educação
Campus XV - Valença. E-mail:
rorufperin@hotmail.com3
A EDUCAÇÃO DO CAMPO NA CONTEMPORANEIDADE: ALGUMAS REFLEXÕES
A
EDUCAÇÃO DO CAMPO NA CONTEMPORANEIDADE: ALGUMAS REFLEXÕES
JUVENICIO JESUS DOS SANTOS
“Por uma educação que nos ensine a pensar e
não a obedecer”
Paulo Freire
Iniciar esse exercício de reflexão sobre essa afirmação do grande patrono da educação brasileira e nos propor à discussão
a respeito da promoção de uma educação emancipatória, que possibilite
contribuir para a elevação do senso crítico reflexivo do jovem fruto dessa
educação.
Tratar de educação
do campo na contemporaneidade é nos remeter primordialmente aos grandes
teóricos (as) Miguel Arroyo (1999), Kaldart (2002), Molina (2002), ambos autores
que teorizaram crítica e politicamente a respeito da proposta de por uma
educação do campo. Nessa perspectiva, Arroyo (1999) nos ensina que:
“existe um movimento social do campo. Me parece que hoje a imprensa, as elites,
a sociedade, todos reconhecem que o campo não está parado, o campo está vivo,
há mais vida na terra do que no asfalto da cidade e este me parece um ponto
fundamental: termos consciência de que hoje onde há mais vida no sentido de
movimento social, onde há mais inquietação é no campo”.
Isto nos remete a problematizar
uma proposta de educação inovadora e desafiadora para o campo, espaço este onde
o debate está ativo, dessa forma, do ponto de vista pedagógico, nos instiga a discutir
a formação específica de professores para lhes possibilitar desenvolver
práticas pedagógicas condizentes com a realidade do sujeito do campo. Isso
Molina (2002, p. 26), chama de “a primeira tarefa que temos”, a de “cumprir com
excelência” e isso “se refere à necessidade permanente de nos capacitar, de
estudar sempre e muito”.
A educação do campo
historicamente não teve sua devida valorização. Pelo contrário, os sujeitos do
campo várias vezes tiveram que parar de estudar, pois na sua localidade não
havia escola para atendê-los. O próprio sujeito cognoscente desta reflexão teve
a experiência de constatar um fato dessa natureza. Uma estudante da sua
localidade repetiu por várias vezes 4° série, atualmente 5° ano, por não possui
condições de se deslocar para o meio urbano para estudar.
Além disso, compartilha-se aqui
da ideia do artista Gilvan Santos, que de forma poética e artística compôs uma
música em que traz uma reflexão singular sobre esse assunto, “Não vou sair do
campo pra poder ir para escola, Educação do
campo é direito e não esmola” – essa música é trilha sonora da Oficina de
audiovisual do Biizu Assentamento Palmares II, disponível no
youtube (https://www.youtube.com/watch?v=Y7-ksByde5w).
Propõe se discutir a educação
do campo na perspectiva de Miguel Arroyo, que é colocá-la no campo das políticas,
ao fazer isso, surge duas vertentes essenciais, a educação como um direito e
como um dever. Um direito de todos que depende dela e um dever constitucional
do estado de ofertá-la de forma pública, gratuita e de qualidade.
Dessa forma, reflete-se a respeito da
oferta de uma educação que mude a perspectiva do aluno do campo, que promova a consciência de que é possível viver dignamente, ter acesso ao conhecimento e a educação sem
precisar sair do campo. Faz-se necessário pensar uma proposta que garanta a permanência
do jovem do campo no campo.
Referências
ARROYO, Miguel Gonzalez. A educação básica e o movimento social
do campo. In: ____: FERNANDES, Bernardo M. A educação básica e o movimento
social do campo. Brasília,
DF: Articulação
Nacional por uma Educação Básica do Campo, 1999 a. (Coleção Por Uma Educação do
Campo, v. 2). P. 13-52.
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 25. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.
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